domingo, 22 de abril de 2007

Pd. Cardoso - 50 Anos de Sacerdócio - Vigília

Sábado, dia 21/4/2007, realizou-se na Igreja Paroquial a vigília das bodas de ouro sacerdotais do Pd. Cardoso.

A Vigília começou com 2 apresentações biográficas, em *.pps .

(Tentaremos, logo que possível, disponibilizá-las aqui.)

De seguida, numa paraliturgia, foi encenado um conjunto de textos outrora escritos pelo próprio Pd. Cardoso, na altura para assinalar as bodas de ouro sacerdotais do Cónego João Ferreira+.

Felizmente alguém conseguiu recuperar esses textos, dinamizando e conduzindo a sua encenação, no que esperamos possa ter sido uma grata surpresa para o respectivo autor:

Paraliturgia
Poema (1º)
«Coração estreito
Certo dia, meu irmão,
Sonhei contigo!
E pedi a Deus um coração
De Amigo!
Um coração de Padre,
Tão largo e fundo
Que nele coubesse
Todo o mundo.
E todo o que batesse
Achasse abrigo

Um coração grande e forte
A pulsar em cada braço
A bater dentro do peito
Louco por se dar,
Sem recusa e sem cansaço
Desafiando a morte.

Um coração para amar
Feito para te dar
Irmão
Na festa da vida
Ou na dor incontida
Em comunhão.

Um coração de carne
Sensível a vibrar
Na carne ensanguentada da ferida
Que tens no teu peito aberto
A sangrar.
Um coração liberto
A palpitar
Em cada lágrima caída
Em cada queixa perdida,
No deserto.
Sonhei contigo...
Chamei-te irmão;
Mas não consigo
Abarcar a imensidão!

Ó coração meu, gota de amor
A correr, a deslizar
No mar imenso da dor...
Diz-me coração,
Diz-me por favor:
- Quem colherá uma flor,
Na escuridão?»


Cristo: Eis que venho, ó Pai, para fazer a Tua vontade.
Coro: Vem, Senhor Jesus…
Cristo: Ora a vontade de meu Pai é esta: Que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna.
Coro: Vem, Senhor Jesus…
Cristo: Eu sou o pão que desceu do céu para dar a vida ao mundo; quem comer deste pão viverá eternamente.
Coro: Vem, Senhor Jesus…
Cristo: Quem quiser ser meu discípulo renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Coro: Vem, Senhor Jesus…
Cristo: Dou-vos um mandamento novo:
- Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
Coro: Vem, Senhor Jesus…

(Cristo desce os degraus, e olha todos os presentes e chama um pelo nome de António).

Cristo: António, vem após Mim e farei de ti pescador de homens.

(António sai do seu lugar e segue Cristo até ao meio da cena, onde permanece de pé).

Cristo: Antes que fosses formado no ventre da tua mãe, já Eu te conhecia; antes que saísses do seio materno, Eu te consagrei e te constituí profeta entre as nações.
Coro: Vem, Senhor Jesus…
Cristo: Eis que ponho as minhas palavras nos teus lábios para seres o sal da terra e a luz do mundo.

(António aproxima-se de Cristo, inclina-se profundamente, abre os braços e diz:)

António: Eis-me aqui, Senhor. Envia-me.
Cristo: Todo o poder Me foi dado no céu e na terra. Dou-te as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado no céu e tudo o que desligares na terra será desligado no céu.
Coro: Tu és sacerdote para sempre.

(Cristo põe a Sua capa sobre os ombros de António).

Cristo: Eu te envio. Vai pelo mundo inteiro e anuncia a Boa Nova a toda a criatura: quem acreditar será salvo mas quem não acreditar será condenado.
Coro: Tu és sacerdote para sempre.
Cristo: Vai e ensina todas as gentes a observar tudo quanto te mandei, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não temas. Eu estarei contigo até ao fim dos tempos.
Coro: Tu és sacerdote para sempre.

(Cristo começa a recuar lentamente sem se voltar, até ficar oculto pelo pano de fundo e aí fica de braços abertos, focalizado por um projector que deixa ver apenas a sua silhueta.
António permanece em profunda inclinação e depois volta-se para a assistência e avança um pouco).


Coro: Tu és sacerdote para sempre.
António: Sim, sou sacerdote. O Senhor me consagrou e me enviou até vós. A minha missão é realizar em mim e anunciar aos outros a Palavra Divina. Sou ministro e servidor da Palavra.
Coro: Tu és sacerdote para sempre.
António: Cristo fez-me participar do Seu Sacerdócio pelo ministério dos bispos. Introduzo os homens no povo de Deus, pelo Baptismo; pelo Sacramento da Penitência reconcilio os pecadores com Deus e com a Igreja; através da celebração da Eucaristia faço presente o Senhor Jesus nas espécies do pão e do vinho para que Ele cumpra a promessa de ser o PÃO DA VIDA. Sou ministro dos sacramentos.
Coro: Tu és sacerdote para sempre.
António: Exercendo o múnus de Pastor formo e reúno a Família de Deus e presido às assembleias litúrgicas.
Coro: Tu és sacerdote para sempre.
António: Porém, ser sacerdote não é apenas isto; há algo que o transcende, algo indizível que o identifica com Cristo e o aproxima de todos os homens.
Um breve poema, que não sei se diz tudo ou se diz nada, tentará revelar o que se vive e sente, mas não se explica.

«Ser Padre (2º Poema)
Ser Padre é ser Apóstolo.
É ser órfão no mundo

Sorrindo para ele
Em doação.
É ter em si mesmo
No seu ser mais profundo
Uma ânsia de vida.
É escrever dia a dia,
Na dor e na alegria
O eco dum FIAT
Respondido
Ao Senhor.

Ser Padre
É ser peregrino
É nada ter.
É tudo dar.
É amar.

Ser Padre
É passar sem ficar
É conduzir à luz
É aceitar a cruz.

Ser Padre
É ter de continuar,
Sem se cansar,
Os passos dolorosos
Do calvário.
É caminhar
Sozinho.
É ter de lutar
Na solidão.
É ser herói
Vivendo entre trevas
Mas sempre a brilhar.

Ser Padre
É ter por força e guia
A presença do Sacrário.
É ter nas suas mãos ungidas
Uma pureza imaculada.
É ter no coração
Uma chama de caridade.
É ter na vida,
Em doação total,
Um reflexo de Cristo.
É ser consumido pelos homens
Causando espanto.

Ser Padre
Nesta plenitude
É ter a loucura de Deus;
É ser Santo!»


A terceira parte da vigília consistiu na Celebração da Palavra e na Adoração do Santíssimo.

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