domingo, 24 de janeiro de 2010

Folha Informativa n.180 de 24 de Janeiro de 2010


Estimados Paroquianos e amigos
A grande catástrofe do Haiti, com as suas consequências devastadoras no país mais pobre do hemisfério norte, não deixa ninguém indiferente. Nós, cristãos, não podemos estar senão no «pelotão da frente» na resposta solidária à escala global, acompanhando a generosidade dos nossos gestos com a persistência da nossa oração.
Aplicando na nossa Paróquia as directivas do Senhor Patriarca para a nossa Diocese, informo que os ofertórios das missas deste fim de semana (dias 23 e 24) destinam-se a ajudar o povo do Haiti. Quem não poder chegar a sua oferta nestes dias, ou a quiser reforçar, pode deixá-la num envelope identificado no ofertório das missas da próxima semana (até sexta - feira, dia 29) ou entregá-la directamente nos serviços paroquiais.
Isto não impede que, quem preferir, possa fazer a tranferência directamente para um dos NIBs indicado pelo nosso Bispo.
Com os melhores cumprimentos
Padre Daniel Batalha Henriques


Estimados paroquianos e amigos,
Rezemos pelo martirizado povo do Haiti e, dentro das nossas possibilidades e generosidade, sejamos solidários.
Rezemos também pela Igreja no Haiti.
A zona afectada cobre quatro dioceses (Porto Príncipe, Jacmel, Gonaives e Jeremie), com seis milhões de habitantes.
Antes do terramoto havia 150 paróquias, com quatro milhões de católicos, 450 sacerdotes e mais de 600 religiosas.Faleceu no terramoto Joseph Serge Miot, arcebispo de Porto Príncipe e mais dois bispos, todos os seminaristas do seminário maior, e centenas de religiosos. Calcula-se que outras centenas estejam sob os escombros.
A conta «Cáritas ajuda Haiti» tem o seguinte NIB:
0035 0697 0063 0007 530 53
Padre Daniel Batalha Henriques 

Folha Informativa n.179 de 17 de Janeiro de 2010

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Folha Informativa n.178 de 10 de Janeiro de 2010

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domingo, 3 de janeiro de 2010

Folha Informativa n. 177 de 3 de Janeiro de 2010


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«Deus é um luxo» - faleceu Edward Schillebeeckx O.P.

por ANSELMO BORGES

«Deus é um luxo

A última vez que o encontrei foi em 1988, em Nimega (Holanda). Recebeu-me na sua cela bem modesta, e, embora a saúde já não fosse particularmente boa, concedeu-me tempo para uma longa conversa. E foi aí que lhe lembrei a sua afirmação de que Deus não é uma necessidade, mas um luxo. Ele confirmou: "Sim. Abusou-se de Deus, da palavra Deus, no sentido de que Deus foi funcionalizado, posto em função do homem, da sociedade, da natureza... Ora, a natureza, o homem e a sociedade não têm necessidade de Deus para serem o que são. Mas, por outro lado, o luxo da nossa vida humana é, por exemplo, poder receber um ramo de flores. Não é uma necessidade. É um gesto completamente gratuito. É essa a grande experiência humana."
Edward Schillebeeckx morreu na véspera de Natal, no passado dia 23, em Nimega. Tinha 95 anos. Frade dominicano, foi um dos teólogos católicos mais prestigiados do século XX. Preparou e inspirou decisivamente o Concílio Vaticano II, concretamente nalguns dos seus documentos mais importantes, referentes à Revelação e ao diálogo da Igreja com o mundo. Ao velho aforismo "Fora da Igreja não há salvação", E. Schillebeeckx contrapunha: "Fora do mundo não há salvação." Co-fundador da revista Concilium, que continua a ser publicada em várias línguas, a sua influência impôs-se muito para lá da Teologia, tendo, por isso, recebido o Prémio Erasmus. Crítico da Igreja oficial, concretamente da política eclesiástica do Vaticano na nomeação dos bispos, para ter de novo uma Igreja uniforme, enfrentou por três vezes a Congregação para a Doutrina da Fé e denunciou os seus métodos. Definiu-se, no entanto, como "um teólogo feliz".
Perguntas fundamentais: Que significado tem ainda o cristianismo para o nosso mundo secularizado?, que futuro para a Igreja? Resumiu-me o essencial: "O ecumenismo das religiões deve ser sustentado por um ecumenismo de toda a humanidade sofredora. O sofrimento injusto: eis o grande problema." Assim, "diria que o grande desafio, portanto, o futuro do cristianismo depende da presença dos cristãos e, por conseguinte, da Igreja, no futuro do mundo, nas necessidades dos homens e das mulheres. É necessário que a Igreja se não interesse apenas por si mesma, mas que se desligue de si mesma e olhe para o mundo dos homens". "Refiro-me a todo esse processo em prol da justiça, da paz e da salvaguarda e defesa da criação."
Quando lhe perguntei quais as forças que disputam o futuro do mundo actual, respondeu que há sobretudo três grandes dinamismos: "Por um lado, há o positivismo, sobretudo o positivismo científico, a tecnocracia; por outro, há esse misticismo a-político, a interioridade pura, sem relação com o mundo, com a sociedade; finalmente, as religiões, as grandes religiões mundiais, que, cada vez mais, redescobrem as suas fontes e raízes. Há aí, cada vez mais, uma ligação entre a mística e o compromisso político e social."
Esta era, para ele, a religião verdadeira, que vive do vínculo indissolúvel de ética e mística, e que tem também de ser racional. É certo que hoje "há também toda uma tendência irracional contra tudo o que é da razão. Mas eu sou contra isso. É necessário aceitar a razão enquanto tal, pois é também um motor libertador. Trata-se, porém, da razão que é esclarecida, estimulada pela consciência do sofrimento. Caso contrário, a razão é totalmente fatal e funesta para os seres humanos. Mas, quando a razão é estimulada pelo facto do sofrimento incrível no mundo, é uma razão iluminada não só pela fé, mas também pelo sofrimento injusto".
O pensamento de E. Schillebeeckx centra-se nas experiências negativas e de contraste. "Neste contraste, o homem experiencia que a situação tal como se apresenta - de maldade, de injustiça, de sem sentido -, tem de ser mudada. Nesta experiência de contraste, temos já implicitamente a perspectiva do positivo no negativo." Aí, tem de intervir a praxis solidária libertadora, que pode abrir-se à esperança fundada de que a palavra última pertence a um mistério divino indisponível de salvação, ao Deus vivo que liberta.»

«Deus se faz menino para nos vencer no amor» - Bento XVI

«Para melhor compreendermos o significado do Natal do Senhor, gostaria de fazer uma breve referência à origem histórica desta solenidade. De facto, o Ano litúrgico da Igreja não se desenvolveu inicialmente a partir do evento do nascimento de Cristo, mas sim da fé na sua Ressurreição. Portanto, a festa mais antiga da cristandade não é o Natal, mas a Páscoa; a ressurreição de Cristo fundou a fé cristã e está na base do anúncio do Evangelho e do nascimento da Igreja. Por isso, ser cristão significa viver de maneira pascoal, fazendo-nos arrastar pelo dinamismo originado do Baptismo e que leva a morrer para o pecado para viver com Deus (cfr Rm 6,4).
O primeiro a afirmar com clareza que Jesus teria nascido em 25 de dezembro foi Hipólito de Roma, no seu comentário ao Livro do profeta Daniel, escrito por volta de 204. Algum exegeta observa, depois, que nesse dia era celebrada a festa à Dedicação ao Templo de Jerusalém, instituída por Judas Macabeu em 164 a.C. A coincidência de datas vem então significar que, com Jesus, surgido como Luz de Deus em meio à noite, realiza-se verdadeiramente a consagração ao templo, o Advento de Deus sobre esta terra.
Na cristandade, a festa do Natal assumiu uma forma definida no século IV, quando toma então o lugar da antiga festa romana do “Sol Invictus”, o sol invencível; coloca-se assim em evidência que o nascimento de Cristo constitui a vitória da verdadeira luz sobre a escuridão do mal e do pecado. Todavia, a atmosfera intensa e particular que envolve o Natal veio a desenvolver-se na Idade Média, graças a São Francisco de Assis, o qual era profundamente apaixonado pela figura humana de Jesus, o Deus-conosco....»
Leia o resto do discurso aqui