segunda-feira, 26 de maio de 2008

A festa do Corpo de Deus

Invocado pelo sacerdote, na liturgia eucarística, o Espírito Santo (cuja descida sobre os primeiros cristão celebrámos há dias) opera, de acordo com a doutrina Católica, a conversão substancial - a transubstanciação* - do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus.

Na Oração Eucarística, o sacerdote pronuncia as palavras de Jesus na Última Ceia, mas profere, também, a epiclese, «que é a invocação ao Pai para que faça descer o dom do Espírito, a fim de que o pão e o vinho se tornem o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo», e para que «...a comunidade inteira se torne cada vez mais Corpo de Cristo».

Bento XVI Exortação Apostólica Sacramento da Caridade N. 13
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Nós mesmos, que celebramos com fé a eucaristia, somos transformados pelo Espírito Santo, que faz da igreja um só corpo.

«O Espírito Santo insere na criação o princípio de uma mudança radical...» «um processo de transformação da realidade, cujo termo último é a transfiguração do mundo inteiro, até chegar àquela condição em que Deus seja tudo em todos (1Cor. 15, 28).»
Bento XVI Exortação Apostólica Sacramento da Caridade N. 11

Para uma melhor compreensão, nomeadamente histórica:
«Reflexões para uma Espiritualidade Eucarística»

Para o presente e o futuro:
«EUCARISTIA NA VIDA DA IGREJA»

A festa do Corpo de Deus terá tido origem em Juliana de Cornellon (mais tarde Santa Juliana), religiosa nascida em 1193 na actual Bélgica. Segundo alegou, teve visões da Virgem Maria que lhe ordenou a preparação de uma festa grandiosa, para honrar a presença real de Jesus na hóstia consagrada na Santíssima Eucaristia. O papa Urbano IV resolveu isntituir essa festa, estendendo-a à Igreja Universal através da bula «Transituru do Mundo», publicada em 11 de Agosto de 1264.
Pedro Cruz

P.S.* - A ideia da transubstanciação foi decretada como dogma pelo Papa Inocêncio III em 1215, durante o IV Concílio de Latrão em Roma. Em virtude do desacordo dos movimentos da Reforma, foi reafirmada como dogma no Concílio de Trento, em 1551, epígono da Contra-Reforma.
No Concílio de Constança, no ano 1414, o vinho foi negado aos fiéis, algo contraditoriamente com a literalidade das palavras de Jesus na última ceia. O Concílio Vaticano II e a resptectiva liturgia atenuaram esta proibição, que foi definitivamente abolida, em 2000, pelo papa João Paulo II, nas novas regras do Rito Romano.

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